Por Andre Staedele
Consultor, Gestor & Professor
1. O Que é comunicação corporativa?
A estratégia de comunicação corporativa é um conjunto de ações planejadas que visam melhorar a imagem e reputação de uma empresa perante suas partes interessadas (stakeholders), por meio de uma comunicação clara, coerente e consistente. Os principais pilares da comunicação corporativa são: mensagem clara e consistente, identidade visual coerente, canais de comunicação eficientes e estratégias de engajamento com as partes interessadas.
A comunicação corporativa, também conhecida como comunicação institucional, no contexto estratégico pode atuar em diversas frentes, tais como: comunicação interna, relações públicas, assessoria de imprensa, marketing institucional, gestão de mídias sociais, marketing digital, relações com investidores, eventos corporativos, responsabilidade social, sustentabilidade empresarial, gestão da reputação e gestão de crises.
Dentro deste contexto a comunicação corporativa também desempenha um papel importante na gestão de crises, sendo responsável por planejar e executar estratégias de comunicação eficazes para lidar com situações adversas e preservar a reputação da empresa. A gestão de crises é considerada um dos assuntos mais relevantes e sensíveis da comunicação corporativa, pois envolve lidar com situações de alto risco para a reputação e imagem da empresa.
2. Quais as boas práticas da estratégia de comunicação corporativa em gestão de crises?
As boas práticas para uma gestão de crises eficiente incluem: ter uma equipe designada para lidar com crises (constituir um comitê de crise), preparar um plano de crise, comunicar-se de forma transparente e rápida com as partes interessadas ou afetadas, monitorar os canais de comunicação, adaptar a estratégia conforme a situação e aprender com as crises para melhorar respostas futuras.
Para constituir um comitê de crise, é importante identificar os membros-chave da organização, como representantes de diferentes departamentos e áreas de especialização. Definir papéis e responsabilidades claras para cada membro, estabelecer canais de comunicação eficientes e definir procedimentos de tomada de decisão e ações de mitigação ágeis.
A preparação de um plano ou mapeamento de crises geralmente incluem: identificação de potenciais crises, análise de riscos e vulnerabilidades, desenvolvimento de planos de contingência, treinamento da equipe, estabelecimento de protocolos de comunicação interna e externa, e revisão regular do plano para mantê-lo atualizado.
Durante uma crise, o comitê de crise deve agir rapidamente, seguir o plano de ação estabelecido, comunicar-se de forma clara e eficaz, coordenar as ações entre os membros da equipe, monitorar continuamente a situação e ajustar o plano conforme necessário. No processo, a relação entre o Conselho de Administração e o Comitê de Crise deve ser de estreita colaboração, com comunicação clara e constante. O Comitê de Crise deve informar o Conselho sobre a situação, fornecer atualizações regulares e buscar orientações estratégicas, enquanto o Conselho deve apoiar e tomar decisões com base nas recomendações do Comitê.
Os principais papéis do conselho de administração em uma gestão de crises incluem a tomada de decisões estratégicas, a supervisão das ações da alta administração, a comunicação efetiva com as partes interessadas e a garantia da conformidade com regulamentações e boas práticas. É comum que o conselho de administração administre o comitê de crise, já que o conselho é responsável por supervisionar a gestão da empresa e tomar decisões estratégicas importantes em momentos de crise.
O desenvolvimento do trabalho do comitê de crise pode gerar aprendizados para situações futuras através da análise pós-crise, identificação de pontos fortes e áreas de melhoria, documentação das lições aprendidas, atualização dos planos e procedimentos, e treinamento contínuo da equipe para lidar melhor com crises futuras.
3. Que conclusões e aprendizados revelamos fazendo uma boa gestão de crises?
As conclusões e aprendizados em gestões de crise incluem a importância de ter um plano de contingência atualizado, a necessidade de uma comunicação clara e transparente, a importância da colaboração entre as partes envolvidas, a necessidade de treinamento regular da equipe, e a importância da análise pós-crise para identificar pontos fortes e áreas de melhoria. Além disso, uma boa gestão de crise pode ajudar a melhorar a cultura organizacional, aprimorar processos internos e fortalecer a resiliência da empresa.
As vantagens de fazer uma boa gestão de riscos e crises incluem: redução do impacto e da frequência de crises, melhoria da capacidade de resposta da empresa, aumento da confiança das partes interessadas, redução de custos associados a crises, melhoria da reputação e imagem da empresa, e aprimoramento contínuo das políticas, processos e procedimentos.
Historicamente crises não gerenciadas ou mal gerenciadas já levaram negócios a ruina. Logo uma conclusão importante é que uma boa gestão de crise é essencial para a sustentabilidade do negócio, pois demonstra a capacidade de adaptação da empresa, fortalece a confiança das partes interessadas, melhora a reputação da organização e permite o aprendizado para lidar com desafios futuros de forma mais eficaz.
Para a empresa que está trilhando uma jornada de implantação da governança corporativa faz todo sentido contratar conselheiros e consultores com expertise em gestão de crises, em função da complexidade, compartilhamento de experiências e da agilidade na implantação.